sábado, 31 de outubro de 2009

NOTÍCIA DESTAK/LUSA


Ex-funcionário da Esegur em greve de fome contra práticas da empresa

29 10 2009 21.43H

Despedido há um ano da empresa de segurança privada onde trabalhou durante seis, Líbano Ferreira vive há cinco dias no carro em greve de fome de protesto contra as condições que afirma serem impostas aos trabalhadores.


Em frente à porta da empresa Esegur, no Prior Velho, em Loures, Líbano Ferreira tem tido por companhia ex-colegas da empresa, que passam para o cumprimentar e, segundo diz, contar as suas próprias histórias.

Segundo Líbano Ferreira, os ex-colegas que o têm mantido acompanhado quase em permanência, quando iniciam ou terminam os turnos, relatam histórias de "intimidação, insultos" por parte de superiores.

Afirmando que não é recuperar o emprego o motivo para o protesto, diz que quer chamar a atenção "da opinião pública" e das autoridades que tutelam a actividade para as condições em que trabalham os funcionários de transporte de valores e de outros sectores da empresa.

"Iniciei esta luta para chamar a atenção da opinião pública para o tratamento que esta empresa dá aos funcionários, que não lembra ao Diabo", disse à agência Lusa, recordando que mantém com treze outros ex-funcionários um litígio laboral por causa dos processos de despedimento e acusações de roubo de que foram alvo por parte da empresa.

"Despedimentos sem justa causa, no meu caso acusam-me de algo que dizem que fiz num período de férias", disse, acrescentando que as exigências da empresa vão para além do razoável, com exigências de horas extradordinárias exageradas e uma desatenção às necessidades e ao bem-estar dos trabalhadores.

"Já temos o stress dos assaltos, de manusear dinheiro vivo. Em caso de assalto, temos inspectores que perguntam se estamos bem, temos outros que perguntam quantos sacos roubaram, se roubaram algum, portanto a nossa segurança está em segundo plano", referiu.

"Gostava que o Instituto de Qualidade visse o que está a acontecer com esta firma, que está certificada, tem um selo de qualidade nas carrinhas e penso que a maneira como tratam os funcionários, como despedem as pessoas, não é digna de uma firma assim. A qualidade é um todo, não é só o serviço que se presta ao cliente, é também as condições que se dão aos trabalhadores", argumentou.

Quanto à PSP, que tutela o transporte de valores, Líbano Ferreira gostava que tomasse atenção que os trabalhadores que fazem transporte de valores têm da empresa "uma formação de meia-hora em que não se fala de transporte de valores".

Prevendo passar mais uma noite em jejum e dentro do carro, Líbano Ferreira afirma que só desarma "quando cair para o lado" ou quando vir "luz ao fundo do túnel" nas suas reivindicações, frisando que protesta não só por si mas também pelas "centenas" de trabalhadores que foram despedidos da empresa nos últimos anos.

Contactada pela Lusa, a Esegur remeteu para mais tarde uma resposta, mas a empresa já rejeitou algumas das acusações que Líbano Ferreira lhe dirige, garantindo, nomeadamente, que nenhum vigilante é posto ao serviço sem passar primeiro por uma formação que dura cem horas e está definida em portaria governamental.

A Esegur rejeita também a acusação de despedimentos sem justa causa, afirmando que todos os despedimentos seguem um procedimento disciplinar interno e que só se torna efectivo em caso de falhas graves no cumprimento das regras definidas para o serviço de transporte de valores.

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